Após o Fish River Canyon, a parada seguinte foi Luderitz, uma cidade costeira e mais estruturada de origem alemã, ponto de partida para visitar Kolmanskop, o grande motivo pelo qual fomos até a cidade. Chegar em Luderitz é um acontecimento: como a cidade está entre o oceano Atlântico e um deserto, da estrada é possível ver um denso paredão de névoa que paira sobre a cidade e de uma hora pra outra saímos do sol escaldante e clima seco para um clima nublado, úmido e supreendetemente frio.
Acho que minha opinião ruim da cidade veio também do clima do momento quando chegamos ali, com um problema de pneu furado e receio de que abocanhamos mais no roteiro do que daríamos conta de conhecer. O clima fechado e sem sol, quase nenhum estabelecimento aberto, a arquitetura tradicional e a constante neblina, dia e noite, fizeram Luderitz parecer uma cidade portuária nebulosa onde ancoram piratas e navios fantasma.
Reservamos um camping, mas de todos os que reservamos esse era de longe o pior, em localização e estrutura, por isso buscamos ficar em outro lugar quando chegamos lá. Achamos o Alte Lode, que, apesar de mais caro, tinha uma estrutura infinitamente melhor: um quarto grande, com água quente e um café da manhã muito bom. A cidade tem poucas opções de hospedagem e essa parece ser uma das melhores.
Não ficamos muito por ali, no dia seguinte cedo já partimos para Sesriem, passando por Kolmanskop, a cidade (realmente) fantasma que fica próximo de Luderitz. Não me arrependo de ter ido até Luderitz, afinal nenhuma viagem é perfeita e foi interessante perceber essa mudança de clima tão brusca.
Au Bout du Monde 