Após passar por Cape Cross, seguimos para o parque da Costa dos Esqueletos, um dos locais mais ermos de toda a Namíbia e, consequentemente, do mundo. É o encontro do deserto do Namib com o mar onde já não existem mais cidades, apenas areia e rochas, alguns animais, e estradas que levam a locais para acampamento temporário.




Antes chamada pelos bushmen como “Terra que Deus Fez Quando Estava com Raiva” (“The Land God Made in Anger“), atualmente a região é conhecido como Costa dos Esqueletos. Esse nome pode ser visto sob três perspectivas: antigamente a costa literalmente tinha diversos esqueletos, de focas e baleias, devido à pesca de baleia que acontecia na região; atualmente é possível ver diversos navios naufragados, pois o mar na região é constantemente agitado; e quando vistas de cima, as dunas lembram grandes costelas.
Uma das poucas placas de sinalização no caminho
Sabíamos que ir até a Costa do Esqueleto seria cansativo, pois dirige-se por horas no cascalho, porém dizer que vale a pena é não fazer jus à beleza da paisagem única do local. Vindo do sul, ou seja, de Walvis Bay e Cape Cross, entra-se no parque pelo portão Ugab, um dos dois portões que dão acesso ao parque. A entrada pelos portões têm horário controlado e é importante chegar a tempo, pois caso o portão esteja fechado, a única alternativa é voltar. É importante encher o tanque em Walvis Bay, pois o próximo local para isso é somente em Torrance Bay, o destino final dentro do parque.
Logo no portão somos recebidos por uma enorme caveira e ossos de baleira, e esta “iconografia” do crânio com ossos se repete em diversos pontos do parque. Lá dentro existem dois locais para pernoite: Torra Bay, mais perto dos portões, e Torrance Bay, que na época que fui (2017) era o último local dentro do parque acessível por carro. Além desse ponto existe a possibilidade de visitação somente através de pequenos voos. Nos hospedamos em um dos chalés em Torrance Bay, e na hospedagem já eram incluídas as refeições.
Entrando no portão de Ugab
Jogo de dardos mostra os sinais das diversas pessoas que erraram a mira
Na estrada para Torrace Bay passa-se por uma antiga refinaria de petróleo abandonada, mais um esqueleto esquecido pelo caminho. Não existia nenhuma restrição de visitação, portanto é importante tomar cuidado para não subir em nenhuma estrutura frágil (a vacina do tétano estar em dia é uma boa também.)
Ao pernoitar em Torrance Bay tivemos uma experiência única: no pôr do sol uma hiena-castanha passeou tranquilamente entre as cabanas, antes de ir investigar algum cheiro próximo ao mar.
